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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

12)- A Vida que Mata (Poema)


Quando a brincadeira ganha vida
a vida acaba com a brincadeira.
O que era emoção não é mais emoção,
agora é só tristeza no quarto da menina.


Os brinquedos não tem mais vida,
as bonecas não valsam mais,
os ursos lamentam a morte da menina
e eu, desaventurado, caminho sozinho. 


As palavras caem lentamente no chão
se estilhaçam como vidro tornando-se
pedacinhos de estórias. Estórias que,
juntos, ousamos brevemente viver. 


Não há mais papéis sobre a mesa,
as canetas já não cirandam mais, 
a menina não está mais lá embaixo...
O quarto está frio, mórbido, sem poesia.


Essa é a vida que mata,
que estilhaça a palavra
e com a infância acaba.
Quem liga para fantasias? 


[Fernando de Souza Júnior]

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