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quinta-feira, 2 de maio de 2013

86)-Nossa Poesia (Poema)



Que a nossa Poesia extraia da vida a graça,
adapte-se ao frio e as geadas da distancia,
que a Amizade sobreviva as lembranças
e resista as intempéries sem perder a elegância.

Deixemos que as rimas da nossa Poesia
sejam versadas em seu tempo natural
com palavras que ostentem em galhardia
florescendo desta relação o essencial.

Sejamos íntimos na nossa Poesia,
prisioneiros da mais livre imaginação,
sentidos da nossa versada beleza
e força motriz da magnífica inspiração.

Caçoemos com riso caustico a Poesia
que é minha, que é tua, que é a história
que não escolhemos viver, que é fictícia,
é ironia, é a nossa verdade mentida.

Preciosa como o Brinco da Princesa,
tímida, se reserva num mundo de fantasias, 
se expressa em movimentos leves, suaves
quando valseia livre com a nossa Poesia.  

P.S.: Poema dedicado a Nicole Queiroz, a preciosa.

[Fernando de Souza Júnior]
02 de Maio de 2013

sábado, 9 de março de 2013

85)-Versos Livres (Poema)



Que a Poesia soe livre dos lábios 
da desconhecida, que esta declame
os versos da forma mais perversa
ao ponto de nos levar ao paroxismo

Voem pelos ares todos os versos!
E lá em cima se façam canções, 
não minhas, mas de Vidas versadas,
ritmadas pela própria Poesia.

Deixo que a força do vento destine 
os rumos incertos aos versos que, 
em sua liberdade, buscará o fim 
para a poesia que iniciou em mim.

Toda Poesia é Alma vagante
que tem em seu coração carente 
uma inspiração desmedida que busca
pouso tranquilo nas mãos do Poeta.

[Fernando de Souza Júnior]
09 de Março de 2013.

84)-Basta Imaginar (Poema)




Não é difícil fazer da distância Poesia,
basta imaginar como seria a nossa Prosa;
uma troca de olhares curiosos, risos tímidos,
um oi, duas vogais e três passos ao abraço.

Por favor, ajude-me com as malas,
estou ansioso para contar-te sobre a viagem...
me encantei com os altos azuis e brancos. 
Linda paisagem! Tão alto e tão perto de você.

Naqueles instantes tudo parecia insignificante.
Finalmente toda a Poesia, encontro, tornar-se-ia.
Complicado? Não, é apenas papo de Poetas
que dão aos versos outras formas e sentidos.

Faz frio, dê-me as mãos, caminhemos devagar, 
leve-me a um Café, vamos aquecer as palavras
antes de transformá-las em histórias de recordações.
Basta um café para fazermos deste encontro Poesia.

Continua...

[Fernando de Souza Júnior]
04 de Junho de 2013

sábado, 2 de fevereiro de 2013

83)-Como eu Preciso... (Poema)



Como eu preciso que você volte
para trazer às madrugadas
os mais belos versos de enlaço
nascentes dos desejos calados.

Como eu preciso do teu cheiro
para trazer às madrugadas
a coragem de me entregar inteiro
sem o receio de nos revelar.  

Como eu preciso da tua pele
para trazer às madrugadas
texturas de versos que te remetem
as minhas paixões clandestinas.

Como eu preciso dos teus beijos
para trazer às madrugadas
os cânticos de um amante confesso
que ora te ama, te odeia, te detesta...

Como eu preciso que você
traga de volta às madrugadas
Poesias mais alegres, vivas,
ritmadas por você e mais nada. 

[Fernando S. Júnior]
02 de Fevereiro de 2013.  

82)- Não... (Poema)



Não... Não posso seguir além.
Atravessar as fronteiras do não
significaria perder alguém
e deste alguém não abro mão.

Não quero que mude nada.
Quero apenas que tu sejas assim,
estático, templo de belas palavras,
histórias com bonitos fins.

Não queria que soubesse
que, de ti, reservei meus medos.
Apenas quero que saibas
que, por ti, criei apreços.

Não se chateie, conversaremos.
Riremos de singelas histórias,
compartilharemos momentos
de nenhuma triunfal vitória.   

[Fernando de S. Júnior]
02 de Fevereiro de 2013.

81)-Escreva-me (Poema)



Me perco neste seu jogo
de sins e de nãos, distante,
na tua demora, eu ouso,
te escrevo sem medo de ser errante.

Te imagino tímida ao me responder.
Mesmo distante, ouço os seus risos.
Rires, pois não sabes me corresponder,
não sabes que palavra cruas, pra mim, é paraíso. 

Rires das minhas verdades,
das minhas graças desgraçadas
que faço traças, sinceridades
e palavras de paixões despedaçadas.

Escreva-me, é o que te peço.
Quero ler teus devaneios.
Escreva-me, não tenhas medo.
Quero sentir a doçura dos teus seios.  

[Fernando de Souza Júnior]
02 de Fevereiro de 2013 

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

80)-Do Alto (Poema)




Do alto admiro o transitar das luzes
que faz da cidade um Oceano colorido.
Lá embaixo há pessoas que me induzem
ao tédio, ao ódio, ao pranto, ao labirinto. 

Do alto faço o meu mundo girar
Gira mundo, gira na contra-rotação
ao ponto de confundir meu pensar.
e ser você a minha única inspiração.  

Do alto lanço versos de Amor
que, lá embaixo, se estilhaçam
cravando nos corações a dor
que só outros versos a traçam.

Do alto vejo outros mundos girarem  
Giram mundos, giram na translação
ao ponto de me fazer acreditar que 
tenho os mundos em minhas mãos.  

[Fernando de S. Júnior]
30 de Janeiro de 2013.  

sábado, 12 de janeiro de 2013

79)-O Diário de Odette (Primeira Página)




Terça-feira - 11 de Janeiro de 2011
22: 50 hrs

Nunca imaginei que fosse tão difícil dar vida às palavras. Na verdade, nunca imaginei que fosse tão difícil começar a escrever sobre a minha vida. Não sei se eu tenho muito a escrever, mas uma coisa é certa, vivi, só não sei se simplesmente. A narrativa exige muito de mim. É complicado porque a memória de qualquer pessoa muda todos os dias – a minha é assim, me faz uma a cada dia.
Estúpida. Como posso começar a escrever alguma coisa sobre mim sem me apresentar? Pois então... O meu nome é Odette Rezende, mas todo mundo me chama de Dete, é um apelido carinhoso que tenho desde menina. A minha idade deixarei para as linhas futuras, creio que isso não te interessa agora, o que interessa é o meu nome, e só. Loucura minha fixar nessas folhas em branco todas as minhas intimidades, o que penso dos outros, minhas fantasias, meus ‘Amores’ e desamores – confesso, vivi mais desamores do que amores. Escrevo porque penso que posso deixar vivo os meus instantes. Partirei, mas as palavras carregarão por toda a eternidade tudo àquilo que eu pensei sobre cada filho da puta.
É terça-feira. Esse ano parece estar mais bonito, percebo cores novas nas ruas, movimentos em desalinho, porém, belos. O que me entristece são os velhos hábitos. E essas pessoas que nunca mudam? Envelhecem, ficam piores, retrocedem. Detesto essa gentinha primitiva!
Hoje pela manhã me bateu uma vontade de fazer caminhada, é recomendação médica, mas faço porque quero, aliás, quem é o médico para determinar o que é melhor pra mim?! Enfim, queria caminhar, mas longe de casa. Queria estar longe do meu espaço e desses vizinhos detestáveis. Levantei da cama, tomei um bom banho, relaxei, despertei, vesti uma roupa confortável e preparei um café reforçado, me alimentei e parti...
Segui andando até a estação de trem que fica próxima a minha casa, comprei dois bilhetes – ida e volta – embarquei. Eu gosto de comprar bilhetes. Gosto de chegar ao guichê e sinalizar o número dois com os dedos, ver a cara do sujeito que fica trancado ali por horas – tantas caras, tantas vozes que para o atendente as pessoas já não possuem valor algum. Para o atendente, tanto faz se uma delas morrer. Outras tantas passarão por ali para comprar bilhetes de ida e volta. Engraçado, será que sentiríamos a falta daquele vendedor de bilhetes? Não sei... .
Depois dessa breve reflexão sobre a vida e os seus valores percebo que tenho em minhas mãos um horizonte. O dia está lindo! O trem estaciona na plataforma, abre as portas, eu entro e disputo um lugar para me sentar, ganho uma vaga num banco reservado para os velhos – não sei se posso me considerar uma velha, eu ainda tenho a mente sã. O trem fecha as portas e segue o seu destino...
Ninguém me olha, mas eu percebo todos – gosto de perceber os outros –, pois foi nessa prática de observar que eu descobri que o Amor ainda existe. Sim, existe, desajeitadamente, mas existe. Creio que as pessoas não sabem lidar com esse sentimento tão abstrato, tentam, mas se decepcionam...
Escrevo isso porque diante de mim havia um casal de namorados gays, dois meninos, um bonito e o outro nem tanto, trocavam tímidas carícias – não queriam despertar a atenção dos outros, estavam se preservando –, aliás, aquele Amor não dependia apenas deles, mas também dos outros que ali estavam. Eu sei que você lerá isso e pensará: “O que os outros têm com o namoro deles?!” Oras, se você não sabe o Amor integra, não apenas as vontades, os desejos e a loucura, o Amor integra, também, a racionalidade e eles sabem disso melhor do que você - que é um babaca que se acha moderno. Não sabes que o Amor pode significar respeito, companheirismo, troca de experiências e apoio ao outro em momentos adversos e não o agarra-agarra em lugares públicos? Atos ridículos até mesmo para os casais héteros?! Claro que você não sabe de nada disso... Se liga otário!   
Enfim, as questões comportamentais e a sua interpretação também não me convêm. Eu quero que você, que me lê, se dane! Escrevo porque pensei muito sobre o Amor e aquele casal. Percebi que o Amor não tem forma, nem fórmula e nem uma bula para nos orientar  a dosagem certa de como vivê-lo. Muitos pensam que o Amor pode ser um remédio. Errado! O Amor pode ser a ferida – a sua ferida ou a ferida do outro. O remédio para tais feridas pode ser o tempo, não sei...
O trem já está em outra estação, para, abre as portas e o casal desembarca, miro-os atentamente e penso que o Amor para eles veio da maneira mais complicada porque o Amor deles depende dos outros – eles são fortes, pois resistem aos outros. Esses malditos “outros”... Só existem para estragar as preciosidades dos outros. Penso que eu nunca serei como aqueles jovens que sabem bem como Amar e sentir as dores deste Amor tão real e tão difícil de ser vivido. Eles são excessivos ao Amar, não se colocaram limites. Eu me limitei em amar, errei, esfriei a vida e matei as chances que tive de amar alguém, para ser sincera, nem tentei amar de verdade alguém. O trem fecha as portas e segue para a próxima estação...
Escrevo que o meu “Amor” foi um filme com um final trágico. Eu poderia ter construído coisas, mas não, acovardei-me, culpa minha, não lamento, ou melhor, tenho que lamentar, pois quem eu poderia ter sido se tivesse dado chances ao Amor? Não sei... Aquele casal está construindo o Amor, vivem de maneira intensa, quebrantam todos os dias a tal “dependência dos outros”, vão além dos outros, estão além de mim. O trem chega noutra estação, para, abre as portas, eu desembarco e sigo em frente para fazer a minha caminhada pelo Parque a espera de uma próxima história...
O trem segue rumo ao seu destino carregando uma infinidade de outras histórias; umas engraçadas, outras trágicas e outras que não saem dos planos da observação e dos pensamentos, mas que não deixam de ser histórias.

domingo, 6 de janeiro de 2013

78)-O Tudo será Outro (Poema)



Não importa o que aconteça
nas prosas os personagens 
serão sempre felizes; brincam, 
dançam, se beijam e se amam... 

Deixe que as gotas pesadas 
caiam dos céus, banhem de 
todo Amor minhas criações
que vivem tempos contrários. 

Tudo nessa prosa é recomeço,
é página nova, são personagens
brindando possíveis finais felizes 
e outros envolvidos em histórias sem fins.

Em meio a toda ficção da prosa
não temo em me fazer prisioneiro
de páginas que se fazem mundos,
estórias onde o Sol se faz princípio.

[Fernando de Souza Júnior]
06 de Janeiro de 2013 

77)-Deixei Contigo (Poema)



Percorri um longo caminho
deixando contigo a despedida,
os meus abraços, os relatos
sobre nós, dos dias, sobre a vida.

Deixei contigo as saudades,
o meu tempo – que passa
devagar – e os meus variados
tipos de risos... Quantos risos!

Deixei contigo um trecho de mim
que conta historinhas de solidão,
historinhas de tristezas e de perdas.
Foram muitas as historinhas contadas...

Deixei contigo as minhas noites
com a certeza de que a distância
me traria a maior das felicidades;
O prazer de vivermos nas lembranças.

[Fernando de Souza Júnior]
06 de Janeiro de 2013