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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

74)-A Carta (Poema)


As horas cirandam devagar
distraindo o relógio com cânticos
tão desafinados que fazem retardar
o pouso da tua carta que espero a anos.  

Aguardo pelo teu sim ou pelo teu não 
repousados na suavidade da folha 
que descansará em minhas mãos
me contanto sobre as tuas escolhas.
                                 
Com as letras montarei mosaicos 
que me farão recordar dos tempos
que converteram o nosso passado,
em lágrimas que regaram meu rebento.
.
Hei de guardar todos os pontos
e apagarei as vírgulas que nos separam.
Das tuas expressões farei meus contos
que narrem fantasias que nos atraiam.  

[Fernando de Souza Júnior]
18 de Dezembro de 2012

73)-Desconhecidos (Poema)



Desconhecidos, perdidos
num labirinto de olhares fixos,
reservam os cumprimentos
e seguem rumos distintos...

Pensamentos passeantes
guiam os desejos ao reencontro
que pulsam forte nos corações
desencontrados no caminho.

Desconhecidos, perdidos
num labirinto de desejos
cujos toques façanhosos
os fazem instantes íntimos.

De longe ouve-se um “oi”
que soa mudo dos lábios
da desconhecida que, tímida,
se despede com carinho.  

[Fernando de Souza Júnior]
17 de Dezembro de 2012

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

72)-Poesia Apaixonada (Poema)



Chove lá fora,
e eu aqui dentro,
sonho apaixonada
com você e migo.

Mesmo sozinha
estou contigo,
te encontro
todos os dias,

conversamos,
sinto a maciez
dos teus lábios
no meu rosto.

Mas no rosto
parece pouco,
mas é tanto pra mim
que vivo você.

Chove lá fora,
e eu aqui dentro,
sozinha, escrevo
Poesias apaixonadas.

[Fernando de Souza Júnior]
24 de Outubro de 2012 

71)-Sobre Poesia (Poema)


Todo Poema parece igual,
as vezes trazem palavras
que parecem iguais, mas
desiguais é o que são.

Poema é que nem palavras:
podem até se repetir,
mas são outros os sentidos,
em contextos bem distintos;

com outros personagens,
com outras intenções,
com outras essências,
com outras rimas
                  [que desritmizam corações].

Posso escrever sobre 
Poemas na Poesia, 
fazê-la portal para mundos 
imensos ou pequenos,
                        [desconhecidos].

Mesmo que um mundo
não possa ser Poesia,
a Poesia se torna grande,
pois ela pode ser mundos
                                [e desmundos].

[Fernando de Souza Júnior]
25 de Outubro de 2012  

70)-O Exílio (Poema)



Sentimentos covardes
que faz do silêncio refúgio,
que me faz prisioneiro do lúdico
me alimentando de um falso você.

Consciente, te espero em verdade.
O exílio não me impede de sentir
os ventos que te assopra em liberdade
rumando-te  em direção a mim.  

Sei que repousarás em meu peito
me permitindo amar em tua companhia
eternizando instantes perfeitos
me transportando da tristeza à alegria. 

[Fernando de Souza Júnior]
28 de Outubro de 2012 

69)-Momento (Poema)


Farsa. Percebi que era tudo uma farsa.
De longe pude senti-la fria, o olhar centrado
guardava algumas palavras duras e gélidas,
não era o momento para estragar o momento.

Ingênuo. Como pôde ser ingênuo?
Emocionado ele guardara no peito
o desejo de tê-la ao seu lado, oras,
desejo que virou flores e depois momento.

Fria! Aceitou as flores, que sem vida,
repousara em seu colo. Sorriu. Agradeceu.
Reservou o seu desapreço pelo Amor genuíno
e ingênuo que logo se tornaria momento.

Ele se tornou prisioneiro do silêncio.  
Coitado, sonhara com momentos eternos...  
E ela, ainda fria, deu-o um ligeiro abraço  
lançando-o na esperança do momento.   

[Fernando de Souza Júnior]
 29 de Outubro de 2012