Caminho pelas ruas escuras do teu pensamento
e me deparo com um dos teus “eus” ali, num beco
qualquer,
gritando, se contorcendo de dor, com os punhos
cortados,
sangrando – um dos teus “eus” tentara o suicídio...
[Mas não
morreu]
Caminho pelo campo vasto do teu pensamento
e me defronto com coragem o vento enfurecido
que levanta uma névoa de palavras que pairam
tímidas e assustadas no alto das tuas fantasias.
Caminho pelas pedras do teu pensamento
e de longe te avisto, você está do outro lado,
o lado do medo. Estico os braços, dou-te as mãos,
chamo-te para sairmos daqui, desta irrealidade...
[de palavras tímidas]
chamo-te para sairmos daqui, desta irrealidade...
[de palavras tímidas]
Caminho pelo conflito do teu pensamento
e ouço-te cantar angustiada uma canção
para os teus “eus”, que aflitos, não te ouvem
e buscam uma saída para se libertarem de ti.
[Fernando de Souza Júnior]
13 de Maio de 2012
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